sábado, 17 de outubro de 2015

Intrigas no ambiente de trabalho



Elas estão por toda parte. As intrigas. Pra todo gosto. Às vezes explícitas, outras vezes às escondidas, habitando o ambiente corporativo. É “cobra engolindo cobra”. Nas Instituições públicas ou iniciativa privada, solta pelos corredores, salas, banheiros... Em geral dissimuladas, o que torna perigosíssimo, porque ocorre uma reunião por afinidades e dedicam-se a destilar veneno, rancor, frustração, mágoa e ressentimentos contra quem é considerado “certinho”.


A pessoa que inventa fatos, que cria versões acerca de um acontecimento, distorcendo-o ou mal interpretando, provoca conflitos gerando intrigas. O perigo é quando esta pessoa vive adulando os superiores e sempre visita o Chefe no final do expediente para fazer os “comentários gerais”. O invejoso é malicioso, inseguro, medroso, covarde, com baixa auto-estima, em geral bajulador e puxa-saco. Aí o perigo é grande e é preciso cuidado. A inveja gera a fofoca e esta a intriga. A fofoca decorrente da inveja já abalou mercados, derrubou Chefes, arruinou casamentos, destruiu famílias. O fofoqueiro adora uma panelinha. “Os que se parecem se juntam”, dizem os franceses.


Por conta da intriga, promoções justas deixam de ocorrer, boas idéias são rejeitadas, trabalhos inovadores são desmerecidos, profissionais competentes são despedidos ou ficam esquecidos, só sendo lembrados quando “a coisa aperta” e os medíocres, flagrados em suas mediocridades, não têm mais a quem recorrer. Mentira é a arma dos incompetentes e é muito usada, gerando muitas dificuldades. Falsidade e mentira juntos então, é um mal irreversível: uma doença crônica e degenerativa.


Não só no trabalho, como em todas as relações sociais e pessoais humanas a falsidade é presente. Inveja, ódio e medo de perder posição ou ser superado fazem o ambiente de trabalho ter tanta falsidade e muita gente confunde profissionalismo com falsidade.


O invejado não consegue, às vezes, colocar o seu talento a serviço da organização em razão dos maus fluidos do espaço profissional, incomodado com a influência negativa, não consegue produzir em paz, não se sente bem no trabalho e, conseqüentemente, não produz o que pode com os conhecimentos e capacidades que possui.


O fofoqueiro só fala pelas costas, gera intrigas. É um covarde. Não tem coragem de olhar no olho de quem ofende com suas perversidades. Vive fazendo fofocas, criando embaraços, injuriando e difamando os companheiros de trabalho, quando não inventando mentiras, com o objetivo de aniquilar o “certinho” a qualquer preço, seja por possuir a inteligência que gera idéias brilhantes ou por ser um trabalhador ferrenho, que tira leite de pedra e é gente que faz.


A fofoca causa prejuízos altíssimos às empresas e repartições públicas. Segundo a BBC, em matéria jornalística de 22 de maio de 2007, cerca de 13% dos 28,9 milhões de trabalhadores britânicos admitiu gastar pelo menos duas horas semanais fofocando com os colegas, o que indica que gastam 7,4 milhões de horas semanais “fuxicando”. Como o salário médio na Grã-Bretanha é de 11,71 libras por hora, o estudo concluiu que as empresas perdem mais de 86 milhões de libras por ano (cerca de R$ 345 milhões) só com a fofoca.


Em tempo: a 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) deu ganho de causa a um ex-empregado do BankBoston Banco Múltiplo S.A., que foi vítima de fofocas e intrigas causadas no ambiente da empresa, tendo sido condenados o invejoso e a empresa que não tomou providências contra o intrigante. Tenham cuidado com o precedente...fofocas, vaidades, panelinhas, pessoas que só freqüentam locais para falar dos outros e fofocar...


O que leva a falsidade no trabalho é apenas uma simples questão de convivência, escondendo um clima ruim que existe no relacionamento entre pessoas, e que ajude a obter vantagem sobre a outra. Quem nunca viu àquela cena: "fulano, que pena que deu errado. Foi uma fatalidade" e, assim que este vira as costas: "ele tinha que se ferrar mesmo. É muito chato e muito besta. Espero que seja demitido"? Todos já viram isso. O que essas pessoas não sabem é que não precisa disso. Dá muito bem para trabalhar com pessoas que não gostam declaradamente uma das outras. E se acha que a outra não sabe que você não gosta dela, engana-se: só está gastando sua energia à toa para fingir.


Pessoas de bom senso, capazes, não precisam usar deste expediente para se dar bem na vida profissional. A falsidade no ambiente do trabalho é a pura demonstração de incapacidade, querendo compensar para alcançar resultados na carreira. Ela é maligna em qualquer lugar, em qualquer momento ou circunstância, pois conviver com gente assim não existe coisa pior no mundo.


Se tiver que dizer alguma coisa de um amigo ou de algum colega de trabalho, chame a pessoa e fale aquilo que deva falar, da mesma forma que critique algo de errado de forma quer a pessoa possa parar para refletir e consertar o erro ou possa elogiar as coisas bem feitas de um amigo ou colega de trabalho, mas tudo de forma que a pessoa não se sinta prejudicada por você, ou seja, que não esteja sendo falso com essa pessoa. Dessa forma a gente pode solucionar uma série de problemas e de desentendimentos que existem no nosso meio e para isso é necessário que se tenha um caráter verdadeiro, sincero e acima de tudo, que seja construtivo para todos.


Não existe nada mais sórdido e eloqüente do que a falsidade. Em nome dela os seres humanos se corrompem e ludibriam seus semelhantes e são capazes de cometer até atrocidades. A falsidade é um dos piores lados do ser humano. Aquela pessoa que se chega com carinha de anjo, mas por trás se esconde um verdadeiro monstro, fingindo ser aquilo que nunca foi.


A falsidade e a mentira são as armas dos covardes, dos fracos de personalidade, daqueles que acham que mentindo e inventando, podem galgar algum lugar ou obter algum sucesso. Pobres mortais. Esquecem que a falsidade é facilmente percebida. Muitos a acusam em seu olhar, no sorriso e até ao nos cumprimentar...


A mentira é uma história criada, que pode ser premeditada, ou instantaneamente inventada e que por assim ser, quando reindagada, pode ser modificada. Para cobrir uma mentira, sempre, outras e novas, vão sendo criadas. Já a verdade é única. É o fato real, que visto, vivido, sabido ou sentido, na memória ficou gravado, podendo ser por muitas vezes repetido, que não altera o seu final. A falsidade em sua concepção traz á pessoa certos proveitos. Omitir sua condição ou se mostrar de maneira diferente para levar vantagens, obter lucros, ascensão social, desmoralizar outras pessoas entre outros.


Essa parece ser a ética do mundo.


A lição que fica é de que, a falsidade tem a perna curta. A verdade sempre triunfará. É claro que, para isso, todos têm que ter um alto conceito sobre profissionalismo. Assim, mesmo não se agüentando, fariam de tudo apenas para que o serviço prosseguisse em seu fluxo normal. O duro é que muita gente não sabe separar o pessoal do profissional (embora neguem), e necessitam utilizar deste artifício para que saia "mais ou menos", porque sempre uma vai dar toques sutis para tentar ferrar a outra.

"Eu prefiro que não gostem de mim pela honestidade do que gostar pela falsidade".


Aurélio José Alves Ribeiro